Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Roseli Figaro e Camila Acosta Camargo
O artigo analisa as transformações nos arranjos jornalísticos alternativos e independentes ao longo dos últimos dez anos, destacando como as dependências das ferramentas das big techs (Google e Meta) e de financiadores como fundações filantrópicas impactam a autonomia e a sustentabilidade desses meios. O estudo questiona o grau real de “alternatividade” e “independência” alcançado, dado o compromisso com essas fontes externas de apoio financeiro e tecnológico.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Rafael Rodrigues da Costa
O artigo analisa as condições de trabalho e saúde dos jornalistas cearenses, explorando os impactos da plataformização no exercício da profissão. A pesquisa destaca as dificuldades enfrentadas pela categoria, como a precarização das relações de trabalho, os efeitos negativos para a saúde mental e as condições adversas impostas pela dependência de plataformas digitais para a produção jornalística.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Naiana Rodrigues da Silva, Rafael Rodrigues da Costa e Mayra Castro Vizentin
Neste artigo, faz-se uma revisão crítica do conceito de mediação sob uma visada materialista e dialética com o propósito de tensionar as balizas teóricas sobre as quais se assentam a ideia de mediação nos estudos de comunicação brasileiros, advindas sobretudo de uma verve mais culturológica. Com este movimento, propõe-se a construção de uma agenda de pesquisa para os estudos de recepção, circulação e usos sociais das mídias que vise a compreensão das transformações sociotécnicas que incidem sobre a produção e consumo midiáticos, dentre as quais destaca-se o trabalho dos comunicadores mediado pelas plataformas digitais.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Rafael Rodrigues da Costa
Cotejando os resultados de uma pesquisa pós-doutoral e os dados do Perfil do Jornalista Brasileiro 2021, este trabalho tem o objetivo de debater as condições de trabalho digital (Fuchs e Sandoval, 2014) de jornalistas do Ceará, com ênfase na saúde laboral dessa categoria profissional (Bulhões e Renault, 2016; Pontes e Lima, 2019). Os resultados apontam o rebaixamento das condições de saúde dos profissionais cearenses, expressa, por exemplo, pela piora da saúde mental dos jornalistas. Também são apontadas as peculiaridades das condições de saúde e bem-estar das mulheres jornalistas, a exemplo da ocorrência de assédios.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Roseli Fígaro, Jamir Kinoshita e Daniela Ferreira de Oliveira.
A partir de revisão bibliográfica que mostra como as palavras, a linguagem e o pensamento são mobilizados para constituir as relações sociais, pretende-se pontuar a relevância da análise do discurso para se compreender as relações de comunicação no mundo do trabalho. Com base na perspectiva da ontologia do ser social e a análise de discurso, são exibidos e interpretados enunciados de trabalhadores de três pesquisas recentes. Com perfis profissionais distintos, os estudos trazem em comum as dificuldades, as dicotomias e os desafios inerentes a cada uma das atividades de trabalho investigadas. No cerne das discussões estão questões como o viés neoliberal que influencia a esfera laboral, os efeitos da plataformização do trabalho, além do duplo caráter do trabalho enquanto elemento que confere reconhecimento ao ser humano e atribui valor de uso à atividade desenvolvida.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Roseli Fígaro e Luís Gonçalves
Todas as interações humano-computador (IHC) – teclar no WhatsApp, perguntar à Alexa, guiar-se pelo Waze – são registradas na forma de dados digitais para duas finalidades: (1) retroalimentação do sistema (aprimoramento ou reconhecimento das preferências do usuário); e (2) atuarem como ativos intangíveis para a produção de bens de capital (no caso, as IA). Autores de diferentes perspectivas têm chamado este processo de datificação (Van Dijck, 2017). Necessária, lucrativa e desregulada, a datificação permite que o modelo de negócios de aplicações de IA objetivem primordialmente a produção de dados de IHC e não a satisfação dos usuários (Zuboff, 2019). Então, como descrever essas tecnologias e as relações socioeconômicas que elas implicam? O “Projeto Datificação da atividade de comunicação e trabalho de arranjos de comunicadores” (CPCT/ECA-USP) busca compreender como esse processo ocorre no uso de ferramentas digitais de produção e veiculação de produtos de comunicação. Como esta datificação apreende o saber-fazer dos comunicadores e como ela condiciona suas atividades e seus produtos? Na etapa atual, buscamos identificar a realidade sociotécnica, psicossocial e político-econômica da cadeia global de produção e consumo de dados a qual a datificação do trabalho de comunicação está integrada, bem como as categorias teóricas capazes de representar esse fenômeno.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Roseli Fígaro e Luís Gonçalves
Discutimos o processo de datificação da interação humano-computador (IHC), com foco no trabalho dos comunicadores. Trata a datificação como processo produtivo que envolve diferentes níveis de coleta e tratamento de dados. As materialidades sensíveis são a tradução do que se transforma em dados. O conceito recobre os dados captados no ato do trabalho e toda a subjetividade de quem trabalha; as etapas, métodos e formas técnicas do processo produtivo; e seus produtos. Essa riqueza alimenta bancos de dados que compõem os bens de capital das poderosas empresas que monopolizam a infraestrutura de conexão à internet.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Cláudia Nonato
Nos últimos anos, a questão da diversidade tem sido incorporada à lógica do mundo do trabalho, tanto em relação aos processos produtivos, quanto em relação à representação, inclusive no trabalho plataformizado. Pressionadas por movimentos sociais que surgiram principalmente a partir de 2019, como o Black Lives Matter (após o assassinato de George Floyd), empresas estadunidenses passaram a incentivar e criar cargos de funções e iniciativas de liderança DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) em grandes corporações. Tal fato levou as big techs, como Microsoft, Zoom, Google e Meta, a se comprometeram em investir em programas para garantir diversidade entre seus funcionários, duplicando o número de pessoas negras em cargos de liderança até 2025. Porém essa prática não se realizou, por conta de barreiras impostas pelas próprias organizações, pela dinâmica do trabalho no modo de produção capitalista (principalmente pelas demandas e critérios gerados pelo neoliberalismo), entre outros. Vale lembrar que os problemas estruturais da sociedade se fazem presentes e atravessam o mundo digital, tanto na dimensão simbólica, quanto na dimensão material. Fato é que, desde 2023, essas mesmas big techs começaram a extinguir as equipes de DEI, cortando programas de diversidade e demitindo equipes, reforçando uma tendência que ganha força dos Estados Unidos: o abandono da agenda ESG, movimento que também chegou ao Brasil. Diante dessas questões, a nossa proposta é apresentar uma pesquisa exploratória, ainda em fase inicial, que pretende discutir essa influência e os motivos da mudança em tão curto espaço de tempo: seria uma questão de soberania epistêmica, ou seja, a capacidade de um país imperialista de influenciar e exercer o controle sobre seu próprios processos epistêmicos em países colonizados, (Oliveira, 2024), com o objetivo de solapar as pautas identitárias, diminuindo assim as chances de ascensão de grupos minoritários ao poder? Além disso, esses cortes ocorrem à medida que a indústria de tecnologia aposta na inteligência artificial. Com menos vozes diversas representadas no desenvolvimento de IA, os produtos resultantes podem ser menos precisos ou mais prejudiciais aos usuários? Pretende-se, com esse estudo, contribuir para a disseminação de dados, conteúdo crítico e agendamentos sobre o tema diversidade étnico-racial no mundo do trabalho digital.
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Ano: 2024
Pesquisadores envolvidos: Fernando Felício Pachi Filho
Entendida como processo que corresponde à transformação da ação social em dados on line quantificados e que permitem o monitoramento e análise preditiva, a datificação deve ser analisada em suas etapas para compreendermos como ela incide na atividade de trabalho. Neste artigo, procuramos iniciar esta reflexão para formularmos hipóteses e estratégias de observação no mundo do trabalho.
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